Título

HIDROPSIA AGUDA DA CORNEA – RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de hidropsia em uma paciente com boa resposta ao tratamento em curto prazo.

Relato do Caso

KKSB, feminino, 21 anos, procurou atendimento devido a sintomas irritativos em olho direito (OD) há uma semana, associado ao aparecimento de lesão branca ocular e embaçamento visual. Possui ceratocone em ambos os olhos, sem outras comorbidades, nega uso de colírios.
Na avaliação apresentou melhor acuidade visual (AV) de movimento de mãos em OD e 20/200 em olho esquerdo. Na biomicroscopia do OD, constatou-se injeção ciliar, neovasos corneanos proeminentes, hidropsia central e abaulamento corneano importante, córnea com edema acometendo 3/4 inferior de sua extensão. Impossível avaliação de demais estruturas devido a irregularidade e opacidade do relevo corneano. Prescritos colírios de timolol, dimetilpolisiloxane e prednisolona e orientado realizar curativo compressivo. Paciente retorna em uma semana com melhora dos sintomas irritativos e da AV (conta dedos a um metro). No exame apresentou melhora do edema, acometendo metade inferior da córnea. Orientado a paciente a manter tratamento, acompanhamento e sobre prognóstico visual.

Conclusão

A hidropsia aguda da córnea se apresenta quando ocorre um edema corneano súbito que advém em olhos com ectasia corneana, devido a rupturas espontâneas da membrana de Descemet. A perda visual está relacionada a opacidade cicatricial resultante no estroma. Apesar de frequente na literatura, ainda não é bem descrito as relações características do ceratocone à ocorrência deste evento. É de grande importância a identificação e o conhecimento dessa entidade clínica, tendo em vista que o adequado diagnóstico e controle clínico podem prevenir sequelas na visão e posterior sofrimento do paciente.