UVEITE ANTERIOR RECORRENTE, REFRATARIA EM PACIENTE COM DOENÇA DE CROHN TRATADA COM ANTI-TNF (INFLIXIMABE) COMBINADO COM AZATIOPRINA E COM REMISSAO ATINGIDA APOS O AJUSTE PARA VEDULIZUMABE COM AZATIOPRINA
A DOENÇA DE CROHN É UMA DOENÇA AUTOIMUNE, INFLAMATÓRIA E CRÔNICA. A FISIOPATOGENIA DA DOENÇA NÃO ESTÁ COMPLETAMENTE ESCLARECIDA, MAS A HIPÓTESE MAIS ACEITA BASEIA-SE EM SER UMA CONDIÇÃO IMUNOMEDIADA QUE ACOMETE INDIVÍDUOS PREDISPOSTOS GENETICAMENTE. AS MANIFESTAÇÕES EXTRAINTESTINAIS INCLUEM O ACOMETIMENTO OCULAR COMO A SEGUNDA FORMA MAIS PREVALENTE. AS AFECÇÕES PODEM APRESENTAR-SE COMO CONJUNTIVITE, IRITE, ESPISCLERITE, ESCLERITE, UVEÍTE E, EM CASOS MAIS RAROS, EM NEURITE ÓPTICA. A UVEÍTE CARACTERIZA-SE COMO SENDO ANTERIOR, AGUDA, RECORRENTE E NÃO GRANULOMATOSA. OS SINAIS E SINTOMAS SÃO HIPEREMIA OCULAR, DOR, FOTOBIA, REAÇÃO DE CÂMARA ANTERIOR, “FLARE” E PRECIPITADOS CERÁTICOS FINOS.
DFDMF, 28 ANOS, PARDO, PORTADOR DA DOENCA DE CROHN SEM ATIVIDADE INTESTINAL DESDE 2014 SENDO TRATADO COM TERAPIA COMBINADA DE DMARD SINTÉTICO (AZATIOPRINA) E BIOLÓGICO (ANTI-TNF - INFLIXIMABE). ENCAMINHADO DA GASTROENTEROLOGISTA, EM JANEIRO DE 2019, PARA AVALIAÇÃO PELO DEPARTAMENTO DE UVEÍTES. APRESENTAVA QUADRO DE UVEÍTE ANTERIOR, RECORRENTE COM TRATAMENTOS TÓPICOS (CORTICOIDE E MIDRIÁTICOS) E CORTICOTERAPIA ORAL. AO EXAME, APRESENTAVA AV S/C 20/20, NA BIOMICROSCOPIA APRESENTAVA-SE SEM SINAIS DE UVEÍTE EM ATIVIDADE, PRESENÇA DE SINÉQUIAS POSTERIORES E DISPERSÃO DE PIGMENTOS IRIANOS EM CRISTALINO DE OLHO DIREITO (FIG 1) E EXCRECENCIAS DO EPITÉLIO DA CÓRNEA. FRENTE A ESSE QUADRO, FOI FEITA A TROCA DA TERAPIA ANTERIOR PARA OUTRO IMUNOBILÓGICO (VEDULIZUMABE). COMO O VEDULIZUMABE É UM ANTAGONISTA DE INTEGRINA SELETIVO PARA O INTESTINO E SEM AÇÃO IMUNOSSUORESSORA SISTÊMICA OPTOU-SE PELA TERAPIA COMBINADA IMUNOBIOLÓGICO (VEDULIZUMABE) E UM DMARD SINTÉTICO (AZATIOPRINA). SEGUE O ACOMPANHAMENTO COM O GASTRO E COM O OFTALMOLOGISTA SEM REATIVAÇÃO DA DOENÇA SITÊMICA E DA MANIFESTAÇÃO OCULAR.
A UVEÍTE RECIDIVANTE INDICAVA O CONTROLE INEFICAZ DA DOEÇA DE BASE QUE LEVOU A NECESSIDADE DE ADEQUAR O ESQUEMA TERAPÊUTICO. É ESSENCIAL UMA AVALIACÃO CLÍNICA E OFTALMOLÓGICA MINUCIOSA ENTRE OS ESPECIALISTAS , OBJETIVANDO A MELHOR CONDUTA E O TRATAMENTO MAIS ADEQUADO PARA CADA CASO.
Uveites / AIDS
CEPOA - Rio de Janeiro - Brasil
LUCIANA DE SOUZA SILVA FERREIRA LEITE, FERNANDA DUARTE ASSIS
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