Título

MELANOMA DE COROIDE: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso clínico de melanoma de coroide associado a descolamento de retina em paciente do sexo masculino com piora súbita da visão em olho direito (OD)

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 61 anos, procurou atendimento médico com história de baixa acuidade visual progressiva em ambos os olhos (AO) há cerca de 1 ano e piora súbita há 5 meses em olho direito (OD). Ao exame oftalmológico apresentou acuidade visual sem correção em OD: movimentos da mão e em OE: conta dedos a 2 metros. A biomicroscopia evidenciou catarata nuclear em OD e catarata nuclear e subcapsular posterior em OE. Pressão intraocular de 12 mmHg em OD e 14 mmHg em OE. À fundoscopia notou-se descolamento de retina nasal inferior, mácula não visualizada em OD. Na retinografia de OD (FIG.1) descolamento de retina associado a possível descolamento de coroide. Na ultrassonografia ocular de OD (FIG. 2) observa-se lesão vegetante em cavidade vítrea, com aspecto heterogêneo e atenuação posterior. Os exames realizados foram sugestivos de melanoma de coroide e paciente foi encaminhado ao serviço de oncologia para seguimento.

Conclusão

Os tumores melanocíticos podem acometer todos os seguimentos do tecido uveal, sendo o melanoma de coroide o tumor intraocular maligno primário mais comum nos adultos. Caracterizam-se como lesões sub-retinianas pigmentadas e únicas com pouca associação a descolamento de retina extenso ou hemorragia vítrea. Dentre os fatores de risco destacam-se a presença de nevus e de melanocitose óculo-dermal para identificação precoce dos melanomas. O diagnóstico no Brasil ainda é um grande desafio, sendo os tumores diagnosticados em fases mais avançadas devido a dificuldade de acesso a serviços de saúde e o comportamento assintomático da lesão, geralmente descoberta durante exame de rotina ou pré-operatório de catarata. A associação entre fundo de olho pela oftalmoscopia indireta e ultrassonografia ocular são essenciais para o diagnóstico precoce, podendo modificar o prognóstico de vida dos pacientes.