Dados do Trabalho


Título

IMPREGNAÇOES OCULARES SECUNDARIAS AO USO PROLONGADO DE CLORPROMAZINA

Objetivo

Discorrer sobre caso de paciente com múltiplas comorbidades e em uso polifarmácia que evoluiu padrão típico depósitos oculares bilaterais desencadeados pelo uso prolongado de Clorpromazina (CPZ).

Relato do Caso

Masculino, 35 anos, portador de lúpus vascular, esquizofrenia e epilepsia, em uso de hidroxicloroquina, quetiapina, nortriptilina, prometazina, levomepromazina, diazepam, gabapentina e fenobarbital. Sem passado ocular relevante, além de suspensão de Clorpromazina por recomendação oftalmológica (afirma que fez uso de 10 comprimidos ao dia ao longo de 20 anos).

Admitido no nosso serviço, com quadro atual de baixa acuidade visual em ambos os olhos (AO). A acuidade visual corrigida era de 20/40. À biomicroscopia, em AO: deposição de pigmentos finos amarronzados em endotélio e estroma posterior de córnea, além de cápsula anterior do cristalino. Fundoscopia sem alterações.

A CPZ é uma droga antipsicótica da classe fenotiazina. O seu uso prolongado em altas doses está associado ao acúmulo cutâneo e ocular de pigmentos. As principais áreas de depósito ocular são pálpebras, conjuntiva, córnea e cristalino. Alterações na retina são possíveis, apesar de raras. As opacidades corneanas podem resultar em perda de acuidade visual e se dividem, de acordo com a camada de acúmulo, em endoteliais, estromais e epiteliais, sendo a última menos frequente. Esses depósitos ocorrem em áreas expostas à luz solar em decorrência da reação fototóxica da CPZ, que resulta em um pigmento composto por melanina e metabólitos do medicamento. A interrupção do uso da CPZ não resulta em regressão significativa das opacidades córneas, embora melhoras lentas tenham sido relatadas sobretudo em acúmulos epiteliais.

Conclusão

Opacidades corneanas podem ter diversas etiologias: distrofias da córnea, doenças inflamatórias, doenças não inflamatórias e depósitos induzidos pelo uso de drogas. A familiaridade com o padrão e o local dos depósitos das opacidades pode ser a chave para se chegar a delimitação dos diagnósticos diferenciais, o que é essencial para planejamento do manejo do paciente.

Área

Catarata

Instituições

UNIVAÇO - Minas Gerais - Brasil

Autores

HUGO HENRIQUE DE MENEZES VIEIRA, CAROLINA MENEZES DUTRA, GUSTAVO MOREIRA MADEIRA

Promotor

Realização - CBO

Organização

Organizadora

Agência Web

Sistema de Gerenciamento desenvolvido por Inteligência Web

67º Congresso Brasileiro de Oftalmologia

23 a 26 de Agosto de 2023 | Fortaleza/CE

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