Título

ESCLEROMALACIA PERFURANTE EM PACIENTE COM ARTRITE REUMATOIDE ATENDIDA NO HOSPITAL UNIVERSITARIO BETTINA FERRO DE SOUZA – BELEM/PA

Objetivo

Descrever um caso de Escleromalacia perfurante atendida no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza na cidade de Belém, Pará.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 71 anos, com o diagnóstico radiográfico de artrite reumatoide em uso de metotrexato 15 mg/semana e prednisona 10 mg/dia. Durante o exame oftalmológico acuidade visual sem correção OD: 20/400 e OE: 20/100; observou-se na biomicroscopia OD: afinamento escleral 360º de aspecto enegrecido, vasos ingurgitados, visualização uveal temporal superior, áreas de Dellen inferior, córnea edemaciada 1+, fácica, câmara anterior sem reação; OE: afinamento escleral 360º de aspecto enegrecido, vasos ingurgitados, visualização uveal temporal superior, áreas de Dellen, nódulo nasal inferior, córnea com ceratite marginal temporal superior, fácica, câmara anterior sem reação. Ao fundo de olho disco óptico rosado, escavação papilar fisiológica, macula sem alteração de brilho e cor em ambos os olhos.
Hipótese diagnóstica de Escleromalacia Perfurante Anterior secundaria a causa sistêmica de artrite reumatoide. Foi realizado tratamento para olho seco com lubrificante ocular e encaminhado ao reumatologista para controle da doença de base. Permanece em acompanhamento oftalmológico ambulatorial.

Conclusão

A Artrite reumatoide é uma doença inflamatória, crônica, multissistêmica. Cerca de 25% dos pacientes apresentam manifestações oftalmológicas. Sendo uma dessas a Escleromalácia Perfurante (endarterite perfurante dos vasos da esclera) que corresponde a 5% das esclerites, que é geralmente assintomática, mas pode causar uma irritação inespecífica leve, sendo primordial um diagnóstico precoce para prevenir as complicações oftalmológicas severas, refletindo atividade inflamatória da artrite reumatoide, sendo necessário um bom controle da doença de base.