EVOLUÇAO FAVORAVEL DE RETINITE DE CITOMEGALOVIRUS POS TRANSPLANTE HEPATICO: RELATO DE CASO
Relatar caso de diagnóstico de Retinite por Citomegalovírus em paciente após transplante hepático.
Paciente masculino, 69 anos, com história de transplante hepático prévio há mais de um ano. Apresenta quadro arrastado de infecção por Citomegalovírus. Realizou tratamento prévio com Ganciclovir via oral por 6 meses. Após suspensão da medicação, evoluiu com baixa acuidade visual à esquerda. Ao exame: apresenta acuidade visual em olho direito (OD) superior a 20/400 e em olho esquerdo (OE) de conta dedos a 1m. Em fundoscopia, OD sem particularidades e em OE apresenta área de retinite extensa temporal. Iniciado rapidamente o tratamento endovenoso com Ganciclovir. As imagens em anexo evidenciam uma redução da lesão retiniana conforme a resposta terapêutica.
A retinite por citomegalovírus ocorre em situações de grave imunossupressão como síndrome da imunodeficiência adquirida, transplantados, usuários de drogas imunomoduladoras e pacientes em quimioterapia. Apresenta lesões retinianas branco-amareladas, múltiplas associada a hemorragia e embainhamento vascular. A retinite acomete toda a espessura da retina, normalmente inicia próximo aos vasos e com evolução centrípeta. O quadro não costuma apresentar vitreíte devido a pouca resposta imune dos pacientes. Pode evoluir para necrose, descolamento da retina e cegueira.
O diagnóstico normalmente é clínico. O tratamento consiste em medicações antivirais endovenosas ou intravítreas como ganciclovir. É uma condição clínica que tem uma tendência a recidiva. É importante o acompanhamento oftalmológico trimestral dos pacientes com CD4 abaixo de 50 cels/mm³ devido ao risco dessa retinite, visto que a maioria dos casos permanece por longo período de forma assintomática.
Uveites / AIDS
Instituto de Oftalmologia Ivo Corrêa-Meyer - Rio Grande do Sul - Brasil
BRUNA MICHELON DE OLIVEIRA, BRUNO AMÉLIO DE BORBA, CAROLINA DA SILVA MENGUE
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