Dados do Trabalho


Título

CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL SECUNDARIA AO USO DE CORTICOIDE INALATORIO EM PACIENTE COM PERSISTENCIA DE FIBRAS DE MIELINA NO DISCO OPTICO

Objetivo

Descrever caso de Coriorretinopatia Serosa Central associada ao uso de corticoide inalatório em paciente com persistência de fibras de mielina no disco óptico.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 35 anos, asmática, sem outras comorbidades conhecidas, procurou serviço de Oftalmologia relatando baixa acuidade visual em olho direito (OD) há duas semanas. Nega situações de estresse elevado, uso de corticoides sistêmicos ou história de doença retiniana prévia. Relata uso crônico diário de Symbicort para tratamento de asma há 10 anos. Ao exame, acuidade visual em OD 20/50 e olho esquerdo 20/30, biomicroscopia sem alterações. Fundoscopia de OD evidenciou área de distribuição variável opacificada e estriada, de tonalidade branca, que seguia a conformação da distribuição das fibras nervosas, compatível com persistência de mielina em nervo óptico, e Coriorretinopatia Serosa Central (CSC) macular. Tomografia de Coerência Óptica (OCT) demonstrou descolamento do epitélio neurossensorial da retina em região macular direita. A paciente foi orientada a buscar Pneumologista para avaliar suspensão da terapia inalatória.

Conclusão

A CSC é caracterizada pelo descolamento seroso não inflamatório da retina neurossensorial, geralmente na região da mácula, e relaciona-se estritamente a queixas de baixa visão. Fortes evidências estabelecem uma associação entre a doença e elevados níveis de cortisol endógeno ou uso de corticoterapia sistêmica exógena. São raros os casos reportados na literatura que associam complicações visuais ao uso de corticoides inalatórios e nenhum deles aborda o manejo específico dessa condição, mas a forte correlação da CSC com corticosteroides sistêmicos sugere uma relação de causa e efeito também para outras vias de administração da classe medicamentosa, com tendência à melhora clínica após a suspensão da droga. A persistência de fibras de mielina, por sua vez, consiste em uma anomalia congênita do disco óptico que ocorre em menos de 1% da população e constitui achado incidental de caráter benigno e sem implicações clínicas na maioria dos casos.

Área

Retina

Instituições

Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) - Espírito Santo - Brasil

Autores

ENZO PASSAMANI LOSS FAVARATO, LUISA SOLDATI BASTOS REZENDE, THIAGO CABRAL

Promotor

Realização - CBO

Organização

Organizadora

Agência Web

Sistema de Gerenciamento desenvolvido por Inteligência Web

67º Congresso Brasileiro de Oftalmologia

23 a 26 de Agosto de 2023 | Fortaleza/CE

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