Título

ALTERAÇOES OCULARES EM PACIENTES COM DENGUE NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA, BAHIA

Objetivo

Identificar as principais características clínicas e os sinais/sintomas oculares mais prevalentes em pacientes com diagnóstico presuntivo de dengue baseado em critérios clínico-epidemiológicos.

Método

Trata-se de um estudo observacional envolvendo pacientes com diagnóstico presuntivo de dengue baseado em critérios clínico-epidemiológicos, atendidos em uma Policlínica em Feira de Santana/BA, no período de 06/05/2019 a 30/08/2019. Todos os pacientes estavam em fase aguda da doença. Na avaliação oftalmológica, foi feita biomicroscopia utilizando-se lâmpada de fenda portátil, retinografia com retinógrafo portátil e medida da acuidade visual com a tabela de Snellen. Utilizou-se o software JASP 0.16. O estudo foi aprovado pelo CEP do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz - FIOCRUZ/BA, CAAE: 45279715.6.0000.0040.

Resultado

Foram avaliados 86 pacientes, sendo 29 (33,72%) destes notificados. 50 (58,14%) eram do sexo masculino e a faixa etária predominante foi entre 21-30 anos (24,42%), seguida de >50 anos (19,77%). A maioria (87,20%) se autodeclarava preto ou pardo. Dos pacientes que foram notificados (n=29), os sintomas mais prevalentes foram febre (96,55%), mialgia (89,66%) e cefaleia (89,66%) (tabela 1). Os achados oftalmológicos mais comuns nos 86 pacientes avaliados foram dor retro-ocular (58,14%), hiperemia conjuntival (41,86%), ardência (32,56%), cansaço visual (29,07%), olho vermelho (29,07%) e lacrimejamento (24,42%) (tabela 2). A maioria dos olhos (n=151; 92,07%) apresentava AV > 20/30 com correção.

Conclusão

Os sinais/sintomas oculares mais prevalentes foram dor retro-ocular, seguida de hiperemia conjuntival, ardência, cansaço visual, olho vermelho e lacrimejamento. Pela dengue ser doença endêmica em países tropicais, o oftalmologista deve estar atento às suas manifestações no olho, já que pacientes com comprometimento ocular mais grave podem necessitar de tratamentos específicos, como esteroides sistêmicos e imunoglobulinas intravenosas.

Área

Doenças Sistêmicas