Título

Pseudotumor orbitário com abordagem cirúrgica: relato de caso.

Objetivo

 
O pseudotumor de órbita constitui uma doença inflamatória idiopática benigna, sendo causa comum de órbita aguda. A sintomatologia depende do compartimento orbitário acometido. O tratamento clínico apresenta boa resposta na maioria dos casos. O objetivo deste estudo é relatar um caso de pseudotumor de órbita que evolui com tratamento cirúrgico devido severidade e expansão da lesão na cavidade orbitária.

Relato do Caso

Paciente, sexo masculino, 59 anos, apresentando quadro proptose progressiva à direita associada a dor e desconforto ocular. Em 2008 realizou blefaroplastia superior e biopsia com achados linfoproliferativos de baixo grau. Em 2009 foi submetido a novo estudo anatomopatológico resultando em pseudotumor. Realizou corticoterapia em dose imunossupressora acompanhado com reumatologista, evoluindo com catarata em 2010, sendo submetido a facectomia. Em 2011 foi submetido a descompressão inferior de órbita, sendo suspeitado doença granulomatosa, no mesmo ano tratou tuberculose pulmonar. Em 2016 nova descompressão orbitária de paredes mediais e revisão com expansão das paredes inferiores. Em 2020, apresentou piora do olho direito, proptose profusa com edema infrapalpebral e lagoftalmo. RNM de órbitas que evidenciou lesão expansiva, superior lateral e inferior em órbita direita com extensão até as fissuras orbitárias, irregularidades. Medidas 7,5x3,3x4,3 cm e lesão semelhante com dimensões menores, superior medial e lateral da órbita esquerda. Medindo 3,8 x3,6 x 2,0 cm. No mesmo ano realizou descompressão da parede lateral da órbita direita e em 2022 exérese do tumor de órbita. Quadro histológico e perfil imuno-histoquímico compatíveis com linfoma da zona marginal.

Conclusão

O pseudotumor de órbita é o terceiro tumor orbital mais comum. A biópsia da lesão é imprescindível para exclusão de diagnósticos diferenciais, tais como Oftalmopatia de Graves e doença linfoproliferativa. O tratamento de escolha é corticoterapia sistêmica imunossupressora. Casos com proptose importante ou exposição ocular extrema são passíveis de intervenção cirúrgica.