Título

ANALISE MULTIMODAL DE OCLUSAO MISTA EM PACIENTE POS-BARIATRICA: RELATO DE CASO

Objetivo

As oclusões venosas da retina estão relacionadas a doenças cardiovasculares, enquanto as oclusões arteriais relacionam-se, entre outros, a embolismo e vasoespasmo. Apesar de rara, a oclusão pode ocorrer de forma mista. O objetivo deste trabalho é relatar um caso atendido na emergência do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, RJ, demonstrando a importância da investigação clínica dos pacientes com oclusão vascular retiniana e a necessidade do seguimento de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica metabólica (CBM).

Relato do Caso

Paciente feminina, 64 anos, relata resolução de diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HA) após CBM há 10 anos, artrite reumatóide (AR). Refere perda súbita da visão de olho esquerdo (OE) há 1 dia. Ao exame, acuidade visual em olho direito (OD) de 20/20 e conta dedos em OE. Biomicroscopia inalterada, com tonometria de 18 em OD e 17 em OE (mmHg). Fundoscopia em OD normal (Figura A), em OE com hemorragias em arcada nasal superior e temporal inferior, com área isquêmica em território de artéria ciliorretiniana (Figura D). Angiografia Fluoresceínica confirmou oclusão da veia central da retina associada à oclusão de artéria ciliorretiniana em OE (Figura E), sem alterações em OD (Figura B). Tomografia de Coerência Óptica do 24º dia de sintomas evidenciou hiperrefletividade e afinamento das camadas da retina interna, sugerindo isquemia na área de oclusão arterial em OE (Figura F), com OD inalterado (Figura C). Realizado ecocardiograma e Doppler de vasos cervicais, sem alterações. Realizou corticoterapia por 15 dias, apesar de ausência de sinais de atividade da AR, sem melhora da visão.

Conclusão

A paciente relatada apresentou resolução da DM e HA, principais fatores de risco cardiovascular, após CBM. Em pesquisa clínica, sem alterações típicas associadas. Este caso destaca a importância do seguimento em pacientes após CBM, cirurgia com indicação crescente, visto que os efeitos deletérios do DM e da HA podem persistir ao longo dos anos