BAIXA VISAO OU ERRO REFRACIONAL: A IMPORTANCIA DE UM EXAME MINUCIOSO
Relatar um caso de um paciente erroneamente rotulado com baixa visão em que um exame refracional minucioso possibilitou melhora significativa da acuidade visual (AV) e qualidade de vida.
Paciente masculino, 64 anos, comparece para a 1ª consulta no Serviço de Baixa Visão de um hospital oftalmológico de grande porte com queixa de baixa visão (BAV) em ambos olhos. História prévia de ceratocone avançado com transplante de córnea no olho direito (OD) em 1993 e olho esquerdo (OE) em 1990 e uso de lentes rígidas sem resultados satisfatórios. Atualmente em uso de lupa de mão como auxílio óptico e aguardando novo transplante de córnea em OE. Ao exame oftalmológico constatou-se AV sem correção de 10/160 em OD e 5/160 +1 em OE, e com óculos em uso de 10/40 (-3,00 -6,00 70) em OD e 10/100 (-8,50 -6,00 165) em OE. No autorrefrator, -1,00 -8,50 38 (OD) e -5,50 -6,50 70 (OE). Já na refração subjetiva (Greens), ao permitir que o paciente participasse ativamente na definição do eixo do cilindro, obteve-se melhora muito relevante na AVCC: 10/16 (-3,00 –6,00 165) em OD e 10/63 (-8,50 -6,00 15) em OE, sendo optado por essa prescrição para suas novas lentes corretoras. Diante desse novo cenário, foi possível dar alta ao paciente desse serviço e garantir importante ganho de funcionalidade.
A prescrição de lentes corretoras deve considerar inúmeras variáveis. Ela não pode ser realizada exclusivamente com os dados fornecidos pela refração automatizada objetiva, sendo de suma importância uma refração subjetiva criteriosa e com participação ativa do paciente. No caso em questão, o exame refracional adequado possibilitou a descaracterização do paciente como pessoa com baixa visão, proporcionando a ele uma melhor qualidade de vida.
Refração
Hospital São Geraldo - Minas Gerais - Brasil
DANIELA CLARA COUTINHO DA SILVA, CAIO GODINHO CALDEIRA, LUCIENE CHAVES FERNANDES
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