Título

ESCLERITE POSTERIOR BILATERAL – RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de um paciente com quadro de esclerite posterior

Relato do Caso

Paciente VN, sexo masculino, 40 anos, deu entrada no Hospital de Olhos do Noroeste do Paraná com queixa de turvação visual intermitente, algia ocular à movimentação ocular há 1 mês associado diminuição da acuidade visual (AV). O paciente não apresentava comorbidades ou uso de medicações contínuas. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual corrigida de 20/25p no olho direito (OD) e 20/30 no olho esquerdo (OE). Pressão intraocular (PIO) de 14 mmHg em ambos os olhos (AO). Na biomicroscopia, hiperemia conjuntival de +1/4+ (AO), sem outras alterações. A fundoscopia revelou dobras de coroide AO.
Foi solicitado Ressonância Magnética (RM) de crânio e órbita, com resultado dentro dos parâmetros da normalidade. Tomografia de Coerência Óptica (OCT) foi visualizado líquido subretiniano em AO, mais evidente no OE. Ultrassonografia (USG) sugeriu esclera levemente espessada AO. Retinografia e Angiofluoresceinografia apresentou hiperfluorescência em dobras de coroide em polo posterior AO, foram solicitados exames laboratoriais para descartar causas infecciosas, inflamatórias e reumatológicas, mostraram-se negativos para toda a investigação sorológica e dentro dos padrões de normalidade. Diante dos achados clínicos e exames complementares, foi diagnosticado caso de esclerite posterior bilateral. O paciente iniciou tratamento com prednisona via oral com dose de 1 mg/kg/dia em regressão gradual. Após sete dias, houve melhora da queixa álgica e da turvação visual, além da acuidade visual que evoluiu para 20/20 AO. O acompanhamento do paciente demonstrou evolução satisfatória, sem recidivas ou complicações, mantendo-se em controle ambulatorial, encaminhado para aprofundamento de investigação com reumatologia.

Conclusão

A esclerite posterior pode trazer sérias complicações, como o acometimento da perda de visão permanente. O diagnóstico precoce atrelado ao tratamento com celeridade pode atenuar os desfechos visuais.