HIDROPSIA AGUDA NO ANEL INTRAESTROMAL EM GESTANTE COM CERATOCONE
Relatar o caso de uma paciente gestante com ceratocone que progrediu para hidropsia aguda da córnea em topografia do anel intraestromal
Mulher, 36 anos, gestante, com queixa de baixa acuidade visual (BAV) recente. Paciente com diagnóstico prévio de ceratocone e implante de anéis intraestromais em ambos os olhos em 2015. Acuidade visual (AV) era conta dedos a 1 metro no olho direito (OD) e 20/150 no olho esquerdo (OE). Ao exame, presença de um segmento de anel intraestromal no OD, tópico e sem alterações. No OE, presença de dois segmentos de anel, sendo observado no segmento nasal presença de opacidade corneana em extremidade inferior, associada a neovasos corneanos epiteliais e estromais em periferia nasal e inferior, também presentes em extremidade inferior do segmento de anel temporal. Ausência de sinais infecciosos. Foi prescrito fluormetalona, devido a BAV. Após um mês, AV no OE evoluiu para 20/30. A tomografia de coerência óptica evidenciou anel tópico, sem extrusão. Assim, a principal hipótese diagnóstica aventada foi hidropsia cornana aguda em anel intraestromal do OE.
O anel intraestromal objetiva regularizar a curvatura corneana e diminuir os erros refracionais nas ectasias. Entre as complicações descritas estão: deslocamento do segmento, extrusão, posicionamento assimétrico, ceratite infecciosa, hidropsia aguda e depósitos no interior do túnel estromal. A presença de hidrópsia no anel apresenta incidência de 2,7% e é um quadro de edema corneano súbito causado pela ruptura da Membrana de Descemet, com a entrada de humor aquoso no estroma. É tida como uma alteração autolimitada, que se resolve em cerca de 3 meses.
Córnea
Instituto de Olhos Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil, Pós-Graduação Ciências Médicas PGCM-MG - Minas Gerais - Brasil
LARISSA LIMA MAGALHAES, Ana Luísa Souto Gandra, Isadora Brito Coelho
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801