CONDUTA NA COMPLICAÇAO DE ANEL INTRAESTROMAL: RELATO DE CASO
Exemplificar o benefício do transplante tectônico em preservar as estruturas oculares no paciente com complicações graves da cirurgia de implante de anel de Ferrara intraestromal.
Paciente, sexo masculino, 35 anos, vem a consulta referindo diagnóstico prévio de ceratocone e desejando adaptação de lente de contato. Foi realizado a adaptação, sem queixas. Retorna após 6 meses, já tendo realizado cirurgia de implante de anel intraestromal em olho direito (OD) em outro serviço (SIC), queixando-se de irritação em OD. À biomicroscopia (BIO) do OD apresentava hiperemia conjuntival 3+/4+, anel intraestromal bem posicionado, lesão ulcerada paracentral com flúor positiva. Foi prescrito Vigamox e retorno com 48 h. No retorno, apresenta à biomicroscopia de OD piora da úlcera de córnea e hipópio. Solicitou-se uma ecografia em OD e foi prescrito Tobrex. No dia seguinte, traz ecografia sem alterações, à BIO em OD com hiperemia conjuntival 3+/4+, úlcera de córnea pegando eixo visual, hipópio, anel em extrusão, acuidade visual em OD de vultos. Hipótese diagnóstica de infecção infiltrada em túnel do anel. Foi realizado então transplante tectônico de córnea. Paciente retorna 7 dias após o procedimento, sem queixas, satisfeito com a cirurgia, apresentando à BIO um botão transplantado transparente, sem sinais de infecção. No acompanhamento pós operatório sem outras complicações.
Os anéis intraestromais são uma alternativa de melhora da acuidade visual para os pacientes
com ceratocone. Os anéis tem como objetivo reduzir a curvatura da córnea e o astigmatismo
irregular nos pacientes. A conduta perante a infecção da córnea após esse procedimento, em
pacientes refratários a conduta clínica, é motivo de discussão na literatura atual. O caso
mostra que o transplante tectônico vem como uma alternativa de sucesso para salvar as
estruturas oculares e não permitir um pior prognóstico frente a esses pacientes.
Córnea
Fundação Leiria de Andrade - Ceará - Brasil
BARBARA OLIVEIRA DE ANDRADE, Pedro Veras Franco, Marco Aurélio Correia Martins
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801