ANALISE QUANTITATIVA DE CONSULTAS DE DIAGNOSTICO E ACOMPANHAMENTO DE GLAUCOMA REALIZADAS PELO SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS) NO PERIODO PRE E DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19.
Analisar quantitativamente o número de consultas de diagnóstico e acompanhamento de glaucoma (CDAG) realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos anos de 2018 a 2021. O estudo avalia a importante redução dessas consultas durante a pandemia e seus impactos sobre a população.
Estudo epidemiológico com dados obtidos no DATASUS (http://www.datasus.gov.br) referentes a consultas para diagnóstico e reavaliação de glaucoma (Tonometria, Fundoscopia e Campimetria) registrados na produção ambulatorial do SUS separados por região do Brasil nos anos de 2018 a 2021.
Em 2018 tivemos 404.217 CDAG e no ano seguinte tivemos uma pequena redução para 381.688 consultas. Porém, com a chegada do vírus no Brasil e suas consequências, esse número de consultas diminuiu de forma significativa em 2020, chegando a 293.048 CDAG, uma redução de 23,22% em comparação ao ano anterior e de 27,50% em comparação a 2018. Se analisarmos por região, o centro- oeste foi o mais afetado, apresentando redução de 46,12% quando comparamos 2019 e 2020.
Glaucoma é uma neuropatia óptica crônica, progressiva e multifatorial caracterizada pela perda de tecido neural do disco óptico. Os sintomas iniciais são silenciosos. O diagnóstico precoce e seguimento adequado é importante, pois o prognóstico será bom se o tratamento for instituído o mais rápido possível e com acompanhamento adequado. De acordo com publicações do CBO, cerca de 2% a 3% da população brasileira (aproximadamente 1,5 milhão de pessoas) acima de 40 anos possui a doença. Com isso, o nível de prevenção secundária (diagnóstico precoce) e terciária (reduzir as complicações) se mostra essencial. Nesses casos, afim de reduzir a progressão, preconiza-se avaliação oftalmológica a cada 6 meses em casos iniciais e de 4 em 4 meses em casos moderados e graves. Com isso, a grande perda de acompanhamento durante a pandemia é preocupante, uma que o impacto da doença é multifatorial não só para a qualidade de vida do indivíduo, quanto também para o próprio SUS.
Glaucoma
Pesquisa Básica
Hospital Oftalmológico de Brasília - Distrito Federal - Brasil
HEITOR TOME REZENDE, ANA LAURA CARVALHO ACHKAR, LAIS LAURIA NEVES, CAMILA BARBOSA DEOLINO, JULIANA FRANGE MIRANDA, ROMULO PILONI PARREIRA, YASMIN ALVES PARREIRA, GIOVANNA L M VARGAS
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801