TRAUMA OCULAR COM FARPA DE AÇAIZEIRO ATENDIDO EM HOSPITAL DE REFERENCIA DO ESTADO DO PARA.
Descrever um caso de trauma ocular com farpa de açaizeiro atendido em hospital de referência do estado do Pará.
Paciente do sexo masculino, 13 anos, deu entrada em hospital de referência para consulta de urgência oftalmológica após trauma perfurocortante em olho esquerdo (OE) com farpa de açaizeiro. Apresentando dor ocular leve, sem outras queixas. Ao exame oftalmológico foi constatado acuidade visual de 20/15 em ambos os olhos, biomicroscopia OE apresentando nodulação endurecida em pálpebra inferior esquerda em canto temporal, hiperemia conjuntival temporal inferior com secreção purulenta e corpo estranho aderido ao globo ocular. Mapeamento de retina com disco óptico rosado, escavação papilar fisiológica, vasos e mácula sem alterações, lesão linear inferior, retina aplicada. Desta forma, foi aventada como hipóteses diagnósticas trauma perfurante, corpo estranho e lesão compressiva em coróide OE. Como conduta foi prescrito antibiótico via oral e retirada de corpo estranho. Paciente foi submetido a retirada de corpo estranho com sutura de pálpebra, com prescrição de antibióticos e alta hospitalar. No entanto, não retornou para consulta pós-operatória, sendo necessário o acionamento da assistente social para seguimento do caso.
O trauma ocular representa a principal causa de cegueira unilateral evitável na população pediátrica, podendo ser de extensão, gravidade e intensidades variáveis levando a morbidade destes pacientes. Podendo ser contuso ou penetrante podendo levar a outras complicações como descolamento de retina, catarata, glaucoma, abrasões corneanas, entre outros.
Estima-se que um terço de pessoas com comprometimento visual por trauma ocular encontra-se na faixa etária entre 0 a 10 anos de idade. Sendo pior prognóstico na população pediátrica em decorrência de atrofia após traumas perfurantes levando a pobre desenvolvimento e consolidação visual. O caso apresenta relevância devido a importante prevalência de casos de trauma oculares na infância levando a necessidade de estudos para implementação de medidas preventivas.
Trauma/Urgências
Universidade Federal do Pará (UFPA) - Pará - Brasil
CAMILLA CASTILHO MAIA, Raquel Furtado Castro, Paulo Armando Rosa Miranda da Silva
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801