ANEURISMA SACULAR DE CAROTIDA INTERNA DE PORÇAO INTRACAVERNOSA: UM RELATO DE CASO
O objetivo deste relato é descrever um caso incomum de paralisia incompleta do 3º par craniano secundário a aneurisma sacular de porção intracavernosa de artéria carótida interna em olho direito. A paralisia do nervo oculomotor decorrente dessa etiologia deve ser tratada com urgência, devido ao risco do aneurisma romper.
Paciente, feminino, 44 anos, procedente de Fortaleza, com antecedentes pessoais de enxaqueca com aura, sem outras comorbidades. Faz uso contínuo de amitriptilina 25 mg, VO, 1 vez à noite. Referia baixa de acuidade visual em olho direito (OD) há 4 dias (acuidade visual com melhor correção era conta dedos a 1 metro em OD e 20/20 em olho esquerdo), associado a cefaleia frontal, ptose palpebral e acometimento dos movimentos oculares em olho ipsilateral.Em posição primária do olhar, o OD encontrava-se hipotrópico e abduzido. A abdução estava preservada à dextroversão. Em supraversão havia paresia para elevação e, em levoversão, paralisia da adução em OD. Paciente não apresentava midríase neste olho e em olho esquerdo não havia alterações em exame. Como conduta, foi solicitada angiotomografia computadorizada das artérias intracranianas e da drenagem venosa do crânio para investigação etiológica. O resultado do evidenciou aneurisma sacular da porção intracavernosa da carótida interna direita, medindo cerca de 9 mm, com orientação lateral e inferior e sem sinais de instabilidade. Diante do resultado, foi encaminhada ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), onde realizou a neurocirurgia para excisão de aneurisma. Segue em repouso pós-operatório e evolui com melhora progressiva do quadro.
Os aneurismas do segmento cavernoso da artéria carótida interna representam 2% a 9% de todos os aneurismas intracranianos, são mais comuns em mulheres e afetam estruturas neurovasculares. Mesmo sendo rara, é essencial conhecê-la, seja para detectar a patologia, seja pela viabilidade de diagnóstico diferencial . Correlacionar os achados clínicos com a localização anatômica da lesão é fundamental para o manejo adequado do paciente.
Doenças Sistêmicas
Escola Cearense de Oftalmologia - Ceará - Brasil
GUILHERME ALMEIDA FONTENELE, ÂNGELO SÉRGIO DE FRANCESCO, Marie Cruz Garon
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