ASPECTOS CLINICOS E QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM CERATOCONJUNTIVITES ALERGICAS
Ceratoconjuntivites atópica (AKC) e vernal (VKC) representam as formas mais graves de alergia ocular e estão normalmente relacionadas a reações de hipersensibilidade do tipo I e IV. O diagnóstico é clínico e outros quadros alérgicos podem estar associados. Este trabalho tem o intuito de descrever aspectos clínicos mais prevalentes nos quadros de ceratoconjuntivites e avaliar o impacto da doença na qualidade de vida dos pacientes.
Foram selecionados 27 pacientes com diagnóstico de ceratoconjuntivite alérgica em seguimento nos setores de Doenças Externas Oculares e Córnea e/ou Alergologia da Universidade Federal de São Paulo. Foi aplicado questionário para avaliar intensidade e frequência dos sintomas, seguido por avaliação retrospectiva do prontuário e aplicação de questionário EQ-5D. Tais dados foram relatados de forma descritiva.
Mais de 70% dos pacientes apresentavam VKC, sendo que a proporção de sexo masculino/feminino era de 2:1. A média de idade foi de 13 anos, com a idade média de início dos sintomas de 5 anos. Olho vermelho, fotofobia e prurido foram relatados como presentes em todos os meses do ano em cerca de 50% dos pacientes, de intensidade leve em sua maioria. Sinais clínicos comumente encontrados foram: hiperemia conjuntival, ceratite, úlceras em escudo, envolvimento limbar e reação papilar gigante. Avaliação alergológica clínica e laboratorial demostrou associação com outras atopias, sendo rinite alérgica e dermatite atópica as mais comuns. Lubrificantes, anti-alérgicos e corticoides tópicos foram utilizados em mais de 90% dos pacientes, com a menor parte deles necessitando do uso de imunossupressores sistêmicos. Por fim, os pacientes relataram redução da qualidade de vida durante períodos de agudização dos sintomas.
VKC e AKC são condições crônicas relacionadas a reações de hipersensibilidade envolvendo a superfície ocular. O manejo envolve uso de medicações tópicas e/ou sistêmicas. Controle da doença é essencial, visto que períodos de agudização promovem redução na qualidade de vida dos pacientes
Córnea
Oftalmologia Clínica
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - São Paulo - Brasil
JOAO VICTOR BORGES GOMES, LUIZA MOULIN MARINO, GUSTAVO FALBO WANDALSEN, MYRNA SERAPIAO DOS SANTOS
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