RELATO DE CASO DE NODULO ESCLERAL FOCAL (ANTIGA COROIDITE IDIOPATICA SOLITARIA)
Relatar caso de nódulo escleral focal, apresentando seu diagnóstico e discussão dos achados de imagem correlacionados.
Paciente masculino, 59 anos, encaminhado para opinião oftalmológica com equipe da oncologia ocular por lesão subretiniana em olho direito. Nega sintomas oculares e sistêmicos, nega antecedentes pessoais e oftalmológicos.
Acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos (AO), sem correção.
Biomicroscopia AO: sem alterações.
Fundoscopia OD: disco óptico (DO) corado e de dimensões normais, lesão subretiniana amelanótica, sobrelevada, localizada inferior ao DO e medindo 1 diâmetro de disco, drusas duras em área macular, vasos sem alterações (imagem 1). OE: sem alterações.
Foi submetido à investigação diagnóstica de lesão amelanótica, sendo realizado ultrassonografia (US), tomografia de coerência óptica (OCT) e angiofluoresceínografia.
Ao US evidenciada lesão sobrelevada de parede com refletividade média alta de padrão irregular, de 2,7 mm de espessura. OCT apresenta nodulação subretinana elevada restrita à esclera, com afinamento dos vasos da coroide sobrejacente e ausência de fluido subretinaino (imagem 2).
Realizada investigação sistêmica para descartar metástase de coróide com tomografia de tórax, abdome e pelve, sorologias (toxoplasmose, sífilis, toxocaríase, tuberculose e sarcoidose) para descartar granuloma de coróide, ambos vieram com resultados dentro da normalidade.
Através de exames de fundo de olho, OCT, retinografia e exames sistêmicos conclui-se um caso de nódulo escleral focal (NEF), antiga coroidite idiopática solitária. Foi descartado melanoma de coroide, osteoma de coroide e granuloma de processo infeccioso, principais diagnósticos diferenciais. O NEF consiste em uma patologia muitas vezes negligenciada pois não apresenta, em sua maioria, repercussões oculares graves. A exclusão de diagnósticos diferenciais é de suma importância. O prognóstico ainda é incerto pois a literatura carece de casos com um acompanhamento prolongado. Assim é importante o seguimento de pacientes diagnosticados com NEF.
Oncologia
Instituto Penido Burnier - São Paulo - Brasil
MARIA F R MUNDO, Leonardo Delsin Magri, Márcio Augusto Nogueira Costa
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801