Código
RC069
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de Uberlândia - (UFU)
Autores
- GLÊNDHA SANTOS PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- IGOR HENRIQUE OLIVEIRA MATOS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PARESIA DO IV NERVO APOS TRAUMA CRANIOENCEFALICO: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Com este estudo, objetiva-se relatar o caso de uma paciente que desenvolveu diplopia por paresia do quarto nervo após trauma cranioencefálico (TCE), os desafios em sua propedêutica, diagnóstico e tratamento.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 51 anos, em consulta no quarto dia após quadro de TCE moderado em face à direita provocado por queda de bicicleta, referindo quadro de diplopia binocular súbita ao olhar para baixo. Ao exame, apresentava acuidade visual com correção de 20/20 em ambos os olhos. Realizado cover teste e cover teste alternado que demonstrou paciente ortotrópica e ortofórica. Teste de Hirschberg centrado. Sinal de Bielschowsky positivo com discreta hipertropia ipsilateral e piora importante da diplopia quando inclinação da cabeça para o lado acometido, melhora completa da diplopia com inclinação contralateral (anexo 1). Em avaliação neurológica posterior ao trauma, foi realizada ressonância magnética de encéfalo e órbitas sem alterações. Aventada hipótese diagnóstica de paresia do nervo troclear à direita devido à sintomatologia sugestiva de hipofunção do músculo oblíquo superior. Diante da rápida identificação do quadro e mecanismo patológico bem estabelecido, optou-se por tratamento conservador com oclusão total do olho esquerdo. Foi observada melhora progressiva do quadro com a oclusão e com 50 dias de tratamento a paciente já apresentava remissão completa dos sintomas.
Conclusão
O músculo oblíquo superior exerce ações de depressão, abdução e intorsão do olhar. Sua inervação é feita através do IV nervo craniano, cujas fibras apresentam o mais longo trajeto intracranial, sendo, portanto, muito suscetível a injúrias. As paresias do nervo troclear são causadas por traumas em 41,5% dos casos, no entanto, devido à sua sutil sintomatologia, podem apresentar diagnóstico tardio. Um exame oftalmológico minucioso, com foco na avaliação da musculatura ocular extrínseca, permite um diagnóstico clínico precoce e confere melhor prognóstico ao paciente.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801