Código
RC056
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HOSPITAL DA GAMBOA
Autores
- RAMIRO LUIZ SUHETT TORRES (Interesse Comercial: NÃO)
- ALMYR SABROSA (Interesse Comercial: NÃO)
- CINTIA INOCENCIO SOARES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESPOROTRICOSE EXTRACUTANEA - UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de esporotricose extracutanea com quadro de conjuntivite crônica granulomatosa e linfoadenopatia ipsilateral.
Relato do Caso
MAS, feminino, 57 anos, procurou atendimento oftalmológico com queixa de olho vermelho há 2 meses. À ectoscopia, paciente apresentava edema e hiperemia palpebral em olho direito e a palpação linfoadenopatia ipsilateral. Na biomicroscopia observou-se diversas lesões granulomatosas em conjuntiva tarsal inferior, nódulo granulomatoso em conjuntiva bulbar nasal e inferior do olho direito. Olho esquerdo sem alteração à biomicroscopia, tonometria e fundoscopia de ambos os olhos eram normais. A acuidade visual era 20/20 em ambos os olhos. O paciente relatava história epidemiológica para o quadro, uma vez que mantinha contato com felino, que havia sido diagnosticado e em tratamento para esporotricose. Com a suspeita, foi realizada coleta material de secreção conjuntival para cultura em meios Mycosel e Sabourraud, que veio positivo para Sporothrix sp. Após confirmação diagnóstica, iniciou tratamento com anti fúngico ( itraconazol ) 100mg 2x/dia por no mínimo 90 dias. Paciente apresentou regressão das lesões após 3 meses do início do tratamento.
Conclusão
Atualmente, a esporotricose zoonótica já é considerada uma hiperendemia na cidade do Rio de Janeiro. Isso se deve à transmissão pelo contato com felinos doentes que são abandonados ou que vivem nas ruas. Felinos apresentam alto potencial de transmissão, pois os fungos estão presentes em grande quantidade no aparelho respiratório por meio de secreções, e nas lesões cutâneas e de outros tecidos em casos mais graves. O caso descrito neste contexto, salienta a importância da suspeição da esporotricose e investigação etiológica em casos de conjuntivite prolongada. A doença não é considerada grave e tem cura em humanos, porém o seu tratamento deve começar o quanto antes com anti fúngico ( itraconazol ) na dose de 100 a 200mg/dia por um período que pode variar de 3 a 6 meses.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801