Sessão de Relato de Caso


Código

RC111

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: HOSPITAL OFTALMOLÓGICO VISÃO LASER

Autores

  • CAIO HENRIQUE PERES OLIANI (Interesse Comercial: NÃO)
  • MARCELLO NOVOA COLOMBO BARBOZA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

O USO TERAPEUTICO DA VITAMINA C NA ESCLEROSE MULTIPLA

Objetivo

Relatar um caso de Esclerose Múltipla (EM) e o possível envolvimento da baixa de vitamina C na fisiopatologia da doença.

Relato do Caso

Masculino, 21 anos, queixa de visão embaçada há 15 dias e dor há 1 mês em olho direito (OD) com piora à movimentação. Antecedente familiar: mãe com esclerose sistêmica. Ao exame: Acuidade visual sem correção: 20/25 em ambos os olhos (AO), com queixa de embaçamento OD. Pressão intraocular: 14 e 11 mmHg. Teste de Ishihara: OD 9/15 olho esquerdo (OE) 15/15. Biomicroscopia: sem alterações AO. Fundoscopia: papila com bordos nítidos, rósea com palidez temporal AO. Reflexo pupilar: OD direto 3+ e consensual 4+ e OE direto 4+ e consensual 3+. Presença de defeito pupilar aferente relativo em OD. Campo visual (CV) 30-2 OD: boa confiabilidade e escotoma cecocentral. Sorologias para doenças infecciosas e marcadores inflamatórios negativos. Detectado hipovitaminose C (Vit C) 0,50 mg/L, com ressonância magnética (RM) de crânio e órbitas com contraste apresentando múltiplas lesões em substância branca supratentorial com a interface corpo caloso, septal e hemisfério cerebelar direito; evidenciado alteração da intensidade de sinal do segmento retro bulbar e de nervo óptico à direita. Aventado hipótese de Esclerose Múltipla, realizado exame de líquor evidenciando bandas oligoclonais positivo, aquaporina-4 e anti-MOG negativo. Encaminhado ao neurologista que prescreveu prednisona 80mg/dia via oral e reposição de vit C e ácido fólico. Após 1 mês, paciente retorna com melhora visual, CV 30-2 normal AO e RM de crânio com resolução das lesões periventriculares.

Conclusão

O baixo fornecimento ambiental de vitamina C está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de EM, pois desempenha papel fundamental no sistema imunológico, maturação e diferenciação neuronal, formação de mielina e modulação da neurotransmissão. Contudo, além do uso de corticoide fundamental para o tratamento desmielinizante, a alteração da vitamina C mostrou, neste caso, uma relação com a melhora dos sinais e sintomas, sendo necessário mais estudos para compreender essa relação

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67º Congresso Brasileiro de Oftalmologia

23 a 26 de Agosto de 2023 | Fortaleza/CE

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