Código
RC182
Área Técnica
Patologia Externa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Autores
- JOSE PEREIRA DO REGO NETO (Interesse Comercial: NÃO)
- André Luiz Sita e Souza Bragante (Interesse Comercial: NÃO)
- Luiz Vieira e Sá II (Interesse Comercial: NÃO)
Título
INJEÇÃO DE TRIANCINOLONA E CRIOTERAPIA EM CERATOCONJUNTIVITE ATOPICA COM PAPILAS GIGANTES
Objetivo
Mais do que classificar o estágio da alergia ocular é necessário entender sua fisiopatologia e perceber seus sinais de gravidade.Saber quando lançar mão de tratamentos ditos de segunda, ou terceira linha,e ainda, medidas invasivas,é objeto de discussão deste relato.
Relato do Caso
J.J.P.,feminino,18 anos,comparece ao pronto-socorro relatando exacerbação de quadro alérgico ocular há 15 dias,com prurido,sensação de corpo estranho, lacrimejamento,hiperemia,além de redução da acuidade visual.Relatava,em um período de dois anos,episódios intermitentes semelhantes.Realizou tratamento com ciclosporina tópica sem melhora.Antecedente pessoal de rinite alérgica,asma com controle irregular.Ao exame,acuidade visual sem correção (AV) de 0,5 em OD e 0,3 em OE.À biomicroscopia,edema e eritema bipalpebral,papilas gigantes em conjuntiva tarsal superior,com secreção mucoide,hiperemia conjuntival,limbo gelatinoso com nódulos de Horner-Tantras,em ambos os olhos (AO),Ceratite puncttata em OD e em OE desepitelização corneana em setor superior medindo 3mm no maior eixo e bordas elevadas.A hipótese diagnóstica foi de ceratoconjuntivite atópica com úlcera em escudo em OE e o tratamento indicado foi de orientações de controle ambiental,colírios lubrificantes,compressas geladas,olopatadina 0,2% 1x/dia,prednisolona 1% de 2/2h e debridar bordas da úlcera em OE.Dois dias depois,após manutenção do quadro,foi indicada injeção supratarsal superior de 20mg de triancinolona em OE.3 semanas apresentou melhora parcial e indicada nova aplicação supratarsal de triancinolona em OE e sessão de crioterapia nas papilas gigantes de AO.Uma semana após, apresentava resolução dos sintomas e da úlcera em OE, AV de 1,0 em AO e redução das papilas.
Conclusão
Procedimentos como o acima são raramente explorados,apesar de já existirem estudos com resultados promissores.Aprofundar esses estudos,compreendendo a fisiopatologia dessas entidades e a maneira como as terapias podem agir e seus potenciais efeitos colaterais,permitirá incremento valioso no arsenal terapêutico.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801