Código
RC115
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Santa Luzia
Autores
- MARILIA ROCHA COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
- Alexandre Dantas Soares Quintas Segundo (Interesse Comercial: NÃO)
- Ednan Cardoso de Sousa (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PHOMS NO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DE ELEVAÇAO DE DISCO OPTICO EM PACIENTES JOVENS: UMA SERIE DE CASOS
Objetivo
Descrever o caso de dois pacientes jovens assintomáticos investigados por elevação bilateral de disco óptico.
Relato do Caso
Caso 1 Paciente do sexo masculino, 8 anos de idade, sem queixas, atendido para consulto de rotina. Acuidade visual com melhor correção (AVMC) de 20/20 em ambos os olhos (AO). Biomicroscopia e reflexos pupilares (RFM) sem alterações. Fundoscopia com disco óptico corado (DOC), com bordos elevados e escavação papilar fisiológica (EPF) AO. A tomografia de coerência óptica (OCT) com Spectralis evidenciou massa hiperrefletiva, ovóide, justapapilar. Angiofluoresceinografia (AGF), autofluorescência e USG sem alterações. Campo visual não confiável, provavelmente devido a efeito aprendizado. Retorno em 8 e 20 meses, com novos exames estáveis. Caso 2 Paciente do sexo feminino, 21 anos de idade, encaminhada devido à suspeita de edema do DO em consulta de rotina. AVMC de 20/20 AO. Biomicroscopia e RFM sem alterações. Fundoscopia: DOC, com bordas elevadas e EPF AO. OCT com Spectralis: massa ovóide hiper-refletiva justapapilar. AGF e autofluorescência sem alterações. USG com DO elevado, sem sinais de drusas (DDO). Campo visual confiável, sem alterações. Retorno em 5 meses, com novos exames estáveis.
Conclusão
A massa ovoide hiperrefletiva peripapilar (PHOMS) tem sua etiologia ainda desconhecida. Suspeita-se que consista em abaulamento ou herniação de fibras nervosas retinianas. O OCT é fundamental no seu diagnóstico, pois não apresenta autofluorescência e não é detectada por USG. Ela difere de outras condições - como DDO, papiledema e tumores – por não estar associada a perda de fibras peripapilares, ser hiperrefletiva e ter sua localização peridiscal. Um consenso recente definiu que PHOMS deve ser excluída para definir o diagnóstico de DDO. Com os novos critérios, crianças previamente diagnosticadas com DDO foram reclassificadas com PHOMS após realização de OCT. Num estudo com 38 olhos de 20 crianças com história de DDO, 90% destes tinham PHOMS. Os casos descritos reforçam a necessidade de considerar PHOMS no diagnóstico diferencial de elevação de DO.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801