Código
RC205
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- PRISCILA MATOSHIMA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL ERTHAL ALVES ROBBS (Interesse Comercial: NÃO)
- Eduardo França Damasceno (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CORIORRETINOPATIA DE BIRDSHOT E SUA REATIVAÇAO APOS USO DA VACINA DE COVID 19 (PFIZER): UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de reativação de coriorretinopatia de Birdshot, após uso de vacina para COVID 19 (Pfizer) com formação de edema macular cistoide e sua melhora após uso de Triancinolona subtenoniana.
Relato do Caso
Paciente A.J.S, sexo feminino, 57 anos, com coriorretinopatia de Birdshot (HLA A29 +) em remissão desde 2018 com azatioprina (figura 1a), apresenta-se com quadro de redução da acuidade visual em olho direito após 01 semana da aplicação da vacina para COVID 19 (Pfizer). Acuidade visual de 20/80 em olho direito (previamente ao quadro 20/20) e 20/20 em olho esquerdo. Na biomicroscopia não há reação de câmara anterior ou precipitados ceráticos. A retinografia revelou características múltiplas lesões amareladas disseminadas ao nível do epitélio pigmentário da retina (EPR). (FIGURA 1: b) A tomografia de coerência óptica (OCT) evidenciou edema macular cistoide em olho direito . (FIGURA 2). OCT em olho esquerdo estava dentro da normalidade. Foi realizado o diagnóstico de reativação da coriorretinopatia de Birdshot com possível associação ao uso da vacina de COVID 19 e iniciado tratamento com Triancinolona subendoteniana e Prednisolona via oral com melhora significativa dos sinais e sintomas.
Conclusão
A coriorretinopatia de Birdshot é uma uveíte posterior crônica bilateral rara, em seu aspecto mais típico, essas lesões são manchas hipopigmentadas de formato ovoide ao nível da coroide e EPR, associadas a células no vítreo e extravasamento vascular. Corresponde a 6% das uveites posteriores, de complexa fisiopatologia, a coriorretinopatia tipo birdshot pode envolver o alelo HLA-A29, na maioria dos casos, porém é incontestável sua forte relação autoimune. O manejo rápido com agentes tópicos e a utilização de agentes imunossupressores sistêmicos permitiu o controle da doença e a obtenção de melhora da acuidade visual no olho afetado, sem muitas vezes, haver necessidade de procedimentos cirúrgicos, com melhora do prognóstico a longo prazo.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801