Código
RC134
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Escola Cearense de Oftalmologia
Autores
- THAYSSA COSTA BEZERRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Diego Morais Gomes (Interesse Comercial: NÃO)
- Raquel Holanda de Paula Pessoa (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENXERTO CUTANEO NO TRATAMENTO DE ECTROPIO CONGENITO DE PALPEBRAS SUPERIORES EM CRIANÇA: RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever caso de ectrópio congênito em paciente pediátrico tratado com transplante de tecido autólogo de face interna do braço sobre músculo orbicular de pálpebras superiores, analisando a eficácia e proposta terapêutica.
Relato do Caso
G.M.S, sexo feminino, 4 anos, nascida a termo, parto normal, com estigmas de síndrome de Down. Foi consultada em serviço oftalmológico em agosto de 2022, sendo encaminhada ao setor de plástica ocular para avaliação de ectrópio congênito de pálpebras superiores e inferiores. À ectoscopia, apresentava fechamento incompleto de pálpebras ao piscar e eversão de pálpebras superiores ao cerrar os olhos de forma voluntária, além de frouxidão de pálpebras superiores. Ao exame, observou-se hiperemia conjuntival e ceratite inferior em ambos os olhos, leucoma em olho direito, além de bell ausente em ambos os olhos. Paciente não apresentava história de cirurgia prévia ou de evento traumático. Foi prescrito lubrificação intensa e proposto conduta cirúrgica, sendo realizado enxerto autólogo de pele de face interna de braço direito sobre o músculo orbicular de pálpebras superiores e cantopexia em pálpebras inferiores. Paciente evoluiu com boa vascularização do enxerto e boa cicatrização de ferida operatória, além de fechamento palpebral efetivo, sendo o resultado considerado esteticamente e funcionalmente satisfatórios, com melhora significativa dos sintomas, persistindo ainda pequeno lagoftalmo noturno.
Conclusão
O ectrópio bilateral congênito das pálpebras superiores e inferiores é uma condição rara. Sua patogênese ainda permanece obscura, porém está frequentemente associada a ictiose lamellar e a Síndrome de Down. Desta forma, o relato de caso evidencia a importância do reconhecimento desta patologia e da abordagem terapêutica a ser utilizada, a fim de prevenir complicações visuais decorrentes da não oclusão palpebral normal. O tratamento do defeito palpebral varia com a severidade do caso. Nos casos graves, com comprometimento corneano, o enxerto de pele é uma excelente opção para corrigir o encurtamento da pele palpebral.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801