Código
RC177
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: UFBA - HUPES
Autores
- DANIEL TENÓRIO CAMÊLO SOARES (Interesse Comercial: NÃO)
- TAINÁ MARTINS KIKUTA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARILUZE MARIA SOUZA SARDINHA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETARDO NO DIAGNOSTICO DE NEOPLASIAS MALIGNAS DA ORBITA APOS EVISCERAÇAO SEM BIOPSIA: RELATO DE DOIS CASOS.
Objetivo
Relatar o caso de dois pacientes com história de evisceração ocular que evoluíram com tumor orbitário.
Relato do Caso
CASO 1: PLFA, masculino, 18 anos, foi encaminhado ao setor de Oculoplástica de hospital de referência de Salvador por dificuldade de adaptação de prótese, com história de evisceração do globo ocular esquerdo por olho cego doloroso dois anos antes, sem estudo histopatológico do conteúdo ocular. Ao exame oftalmológico, não apresentava alterações em olho direito (OD), porém, a cavidade anoftálmica esquerda apresentava tumoração com vascularização proeminente deslocando o implante esférico medialmente. Ressonância magnética (RM) evidenciou lesão expansiva com comprometimento de nervo óptico. Foi feita biópsia da tumoração que apontou para tumor de células azuis pequenas na microscopia óptica, mas o exame imunohistoquímico revelou tratar-se de retinoblastoma. A oncologia clínica prescreveu quimioterapia e transplante de medula óssea autólogo, sem resposta, evoluindo para óbito. CASO 2: RSA, masculino, 48 anos, foi encaminhado ao ambulatório de Oculoplástica de hospital de referência em Salvador por aumento de volume na cavidade anoftálmica. História de evisceração do olho esquerdo após perfuração espontânea há quatro anos. Ao exame oftalmológico não apresentava alterações em OD, na órbita esquerda foi evidenciada grande massa tumoral preenchendo a cavidade. Realizou RM de órbitas que apontava formação expansiva de limites parcialmente definidos em espaço intraconal esquerdo. Realizou-se biópsia que evidenciou melanoma. O paciente foi submetido a exenteração e encaminhado para estadiamento com oncologista.
Conclusão
O estudo histopatológico de conteúdo de evisceração ocular é essencial. Porém, não é incomum a sua não realização, o que, eventualmente, atrasa o diagnóstico e tratamento de neoplasias, piorando prognóstico, chegando a óbito ou exenteração, como nos casos relatados.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801