Código
P43
Área Técnica
Patologia Externa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitário Evangélico Mackenzie
Autores
- RODRIGO FERNANDO BORGES MARQUES SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- Leon Grupenmacher (Interesse Comercial: NÃO)
- Eduardo Merigo Rosset (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MIIASE OCULAR EM CRIANÇA DE 9 ANOS
Objetivo
Relato de caso de miíase ocular em criança de 9 anos atendida em pronto-socorro oftalmológico de hospital universitário. Discussão de conduta em infecção ocular rara.
Método
Paciente de 9 anos, masculino, procura atendimento em pronto-socorro oftalmológico por queixa de hiperemia e sensação de corpo estranho em olho esquerdo há 3 semanas. Nega antecedentes dignos de nota. Refere estar em tratamento com antibiótico tópico sem melhora dos sintomas. Ao exame, apresenta acuidade visual sem correção referida de 20/20 em ambos os olhos. Ao exame biomicróscopico, apresentou quemose cojuntival nasal, hiperemia exclusivamente em conjuntiva nasal 4+, tunelização conjuntival nasal de aproximadamente 0.2mm com parasita Dermatobia hominis, vivo, móvel, próximo a carúncula. Tonometria e fundoscopia sem alterações de ambos os olhos. Optado pela retirada do parasita em centro cirúrgico pela impossibilidade de remoção com anestesia tópica em lâmpada de fenda. Realizado no intraoperatório remoção do parasita, exérese de conjuntiva nasal com preservação da cápsula de Tenon, sem necessidade de sutura. Prescrito pomada tópica com cloranfenicol e retinol por 7 dias e ivermectina via oral.
Resultado
Paciente apresentou melhora completa dos sintomas e boa evolução pós operatória. Avaliação pós operatória foi realizada em primeiro dia de pós operatório, apresentando ausência de sintomas e hiperemia 1+ em conjuntiva nasal. Após sétimo dia de pós operatório, negava queixas e havia ausência de alterações em biomicroscopia.
Conclusão
A miíase ocular é forma extremamente rara da infecção parasitária, correspondendo a menos de 5% do total de casos. A literatura especializada contém poucos relatos de casos semelhantes, porém sem conduta definida de forma totalmente clara e elucidada. Muitos conceitos são extrapolados da infecção em outros tecidos do corpo humano. Esse relato visa trazer para discussão um caso em paciente jovem, sem fatores de risco para desenvolvimento da doença, com boas condições de higiene e com boa evolução após conduta cirúrgica.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801