Sessão de Relato de Caso


Código

RC319

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade de São Paulo (USP)

Autores

  • FLÁVIO MOURA TRAVASSOS DE MEDEIROS (Interesse Comercial: NÃO)
  • Joyce Hisae Yamamoto (Interesse Comercial: NÃO)
  • Carlos Eduardo Hirata (Interesse Comercial: NÃO)

Título

SINDROME TINU – RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de um adolescente masculino que se apresentou ao nosso serviço com quadro de uveíte anterior (UA) bilateral, refratária à terapia tópica, e com comprometimento renal, com diagnóstico compatível de Síndrome de Nefrite Tubulointersticial e Uveíte (Síndrome TINU).

Relato do Caso

Paciente masculino, 17 anos, atleta, apresentou-se ao PS de Oftalmologia do HCFMUSP em maio/2022 com hiperemia, dor ocular e turvação visual em ambos os olhos (AO) há 28 dias. Fez uso de corticoterapia tópica e cicloplégico, com recorrência dos sintomas 7 dias após descontinuidade dos colírios. Apresentava, também, fadiga, cefaleia, sudorese noturna, perda de peso e poliúria. Ao exame, apresentava, em AO, acuidade visual corrigida (AV) de 0,8, hiperemia conjuntival (+), precipitados ceráticos finos, células em câmara anterior (CA) (+++), células em vítreo anterior (VA) (+++). Em ambos os olhos apresentava borramento do disco óptico (DO), mais eminente em OE, porém sem alterações de reflexos fotomotores. O OCT evidenciou edema da camada de fibras nervosas em AO; a angiofluoresceinografia (AGF) demonstrou vazamento perivascular periférico AO e hiperfluorescência com vazamento no DO de AO. Reintroduzidos colírios de prednisolona 1% e tropicamida 1%, com melhora da sintomatologia e da AV (1,0 AO), porém com persistência da celularidade em CA (++) e em VA(++) nos 3 meses seguintes de investigação. Descartadas as causas infecciosas e imunomediadas mais prevalentes. No entanto, evidenciado aumento da creatinina e da β2- microglobulina sérica, sendo indicada biópsia renal, que confirmou a suspeita clínica de nefrite tubulointersticial aguda. Diante do diagnóstico de Síndrome TINU, associada prednisona oral 40 mg/dia (0,5 mg/kg/dia). Paciente evoluiu com melhora da função renal e do quadro persistente da uveíte anterior.

Conclusão

A manifestação ocular mais comum da Síndrome TINU é a uveíte anterior bilateral não granulomatosa de início súbito. No Brasil, os relatos desta síndrome são raros, devendo ser um diagnóstico a ser lembrado diante da exclusão de outras causas.

Promotor

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Organização

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