Código
RC071
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Autores
- CAROLINA MATTANA MULAZZANI (Interesse Comercial: NÃO)
- EDUARDO ROSALES (Interesse Comercial: NÃO)
- GRACIELA BRUM (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO DE CONDUTA EXPECTANTE EM ABSCESSO SUBPERIOSTEAL E EXOTROPIA AGUDA
Objetivo
O abscesso subperiosteal extenso é uma das complicações da celulite orbitária e pode diminuir a mobilidade ocular, causando desvios oculares por compressão. A antibioticoterapia e intervenção cirúrgica são frequentes nesses casos. O objetivo do presente trabalho é relatar o sucesso do tratamento não cirúrgico do abscesso periosteal e também da exotropia causada.
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 4 anos, com quadro de rinossinusite evoluiu com febre, edema periorbital e drenagem de secreção serosanguinolenta por fossa nasal esquerda (fig1), tendo feito uso domiciliar de amoxicilina-clavulanato VO por 3 dias, sem resposta. Com clínica de celulite orbitária, a paciente internou para antibióticoterapia EV. À admissão não era possível o exame oftalmológico por apresentar abertura palpebral restrita, realizando-se a TC de órbitas descrita na fig.2 Após 3 dias, apresentou grande melhora clínica, porém permaneceu com restrição da motibilidade ocular à adução e exotropia constante de 60DP em OE (fig3) Diante da boa resposta clínica, foi optado por não realizar drenagem do abscesso e por manter acompanhamento da exotropia com oclusão de 2h/dia em OD para evitar contratura do m.reto medial. Após 2 meses, paciente apresentou melhora completa da exotropia e da motricidade ocular.(fig4)
Conclusão
O abscesso subperiosteal é uma complicação de manejo frequentemente cirúrgico e o relato ilustra uma abordagem conservadora guiada pela melhora clínica da paciente. Uma vez que a exotropia se solucionou apenas com oclusão em menos de 6 meses, também não foi necessária intervenção cirúrgica Em resumo, o presente caso ilustra a importância de se observar os sinais e sintomas em detrimento dos demais achados de imagem. Dessa forma, concluímos que nem sempre mais intervenções é o melhor a ser feito, pois, como no caso em questão, obteve-se pleno sucesso terapêutico sem necessidade de manejo invasivo.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801