Código
RC113
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Autores
- THAISE BIANCA MARIZ GUEDES (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO NABUCO FARO DANTAS BAPTISTA (Interesse Comercial: NÃO)
- ISABELLA WANDERLEY DE QUEIROGA EVANGELISTA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PARALISIA AGUDA COMPLETA DO III NERVO E IMPORTANCIA DA INVESTIGAÇAO E INTERVENÇAO PRECOCES: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de paralisia aguda do III par craniano com acometimento pupilar por quadro de aneurisma sacular de artéria comunicante posterior direita com foco no reconhecimento e intervenção precoces para melhor prognóstico.
Relato do Caso
Mulher de 51 anos, encaminhada a hospital de referência com quadro agudo de ptose palpebral e exotropia em olho direito, com início há 11 dias. Hipertensa de longa data, sem tratamento, negava qualquer outra comorbidade ou trauma. À admissão, apresentava olho direito (OD) com ptose palpebral superior completa, exotropia, limitação da adução, supra e infradução, anisocoria (midríase a direita) (figura 1) reflexo fotomotor direto abolido e consensual preservado. O olho esquerdo (OE) se apresentava sem anormalidades, com reflexo fotomotor direto preservado e consensual extinto. A acuidade visual corrigida de OD era de 20/150 e, de OE, de 20/50. À biomicroscopia, OD sem anormalidades e OE com catarata subcapsular posterior incipiente. A fundoscopia e as pressões intraoculares de ambos os olhos eram normais. Suspeitando-se de paralisia completa do III nervo de causa compressiva pelo quadro clinico descrito, com atenção ao acometimento pupilar, solicitou-se angiorressonância do encéfalo, que evidenciou aneurisma sacular de artéria comunicante posterior direita (figura 2). A paciente, então, foi direcionada para intervenção neurocirúrgica com embolização do aneurisma.
Conclusão
A incidência de paralisia aguda do III nervo na população geral é de 4:100.000, sendo isolada em 40% dos casos. Quando completa, acometendo a pupila, é tipicamente indicativa de lesão compressiva ipsilateral e deve ser prontamente investigada pelo oftalmologista com exame de imagem. As causas mais frequentes são o trauma, os tumores da pituitária e, mais raramente, os aneurismas (10 a 15% dos casos), sugerindo, nestes casos, ruptura iminente. Aqui, o tratamento imediato é fortemente recomendado para prevenir sangramento e reduzir mortalidade, sendo a intervenção tardia um fator prognóstico de mau resultado.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801