Código
RC321
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- PRISCILLA OLIVEIRA ANDRAUS (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL ERTHAL ALVES ROBBS (Interesse Comercial: NÃO)
- RAUL NUNES GALVARRO VIANNA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TOXOPLASMOSE ATIPICA EM PACIENTE COM LUPUS: MULTIMODALIDADE NÃO INVASIVA
Objetivo
Relatar um caso de toxoplasmose atípica em uma paciente com lúpus e o exame multimodalidade não invasivo.
Relato do Caso
M.V.C., 45 anos, feminino, queixa-se de baixa acuidade visual súbita com 15 dias de evolução em OD e piora progressiva. De história pregressa, LES cutâneo-vascular desde 2008 (relato de vasculite em SNC) e linfoma não Hodgkin em remissão há 10 anos. Hemograma completo normal, igG e IgM reagentes para toxoplasmose. Ao exame, apresentava acuidade visual (AV) de <20/400 em OD e 20/15 em OE. Biomicroscopia com conjuntivas calmas, precipitados ceráticos pigmentados finos AO, presença de pigmento em cápsula anterior de cristalino AO, ausência de sinequias posteriores, celularidade em câmara anterior (1+/4+) AO, ausência de flare, midriase fixa em OD com abolição de RFM. PIO:14x12 mmHg. Vítreo transparente, sem celularidade AO. A fundoscopia, em OD, extensa lesão macular elevada e branca, limites bem definidos, em polo posterior com extensão temporal, associada a uma segunda lesão elevada e branca, de bordos bem definidos, em temporal inferior. Em OE, em região nasal superior ao DO, presença de lesão branca elevada, de bordos bem definidos, com hemorragia na periferia da lesão. Feito o diagnóstico clínico de retinocoroidite por toxoplasmose presumida, apresentação atípica, AO. Como conduta, inicia-se sulfametoxazol 800mg+trimetoprim 160mg 12/12hrs VO por no mínimo 6 sem associado a prednisona 60mg VO em esquema de desmame. Paciente evoluiu com hiperpigmentação dos bordos da lesão, completando o esquema de Bactrim por 6 semanas com desmame do corticoide prednisona. AV entretanto manteve- se <20/400 em OD e 20/15 em OE. Realizado multimodalidade não invasiva com retinografia, autofluorescência e OCT.
Conclusão
Pacientes com imunossupressão têm maior risco de desenvolvimento de formas atípicas e graves de toxoplasmose, com lesões multifocais e menos vitreíte, podendo ser bilaterais. Esses devem ser submetidos a RNM de encéfalo pois a neurotoxoplasmose pode estar presente em cerca de 50% dos casos.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801