Código
RC273
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Penido Burnier
Autores
- NATALIA VIANA DE MORAES (Interesse Comercial: NÃO)
- GUILHERME SOTTO MAIOR VALLE PINHEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
- VALDEZ MELO ANJOS FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RETINOPATIA ESCLOPETÁRIA: RELATO DE CASO DE UMA ABORDAGEM PRECOCE
Objetivo
O trabalho tem como objetivo relatar um caso de retinopatia esclopetária após trauma por projétil de arma de fogo com perda considerável da acuidade visual de imediato, a conduta adotada e a evolução do paciente assim como acuidade visual no pós operatório.
Relato do Caso
G.B.A 38 anos foi referenciado ao atendimento oftalmológico por ser vítima de ferimento por arma de fogo na órbita direita há 10 dias. O paciente passou em atendimento clinico previamente sem consequências neurológicas e fraturas ósseas. Apresentava-se neste serviço com AV do OD MM e OE 20/20, pupila reagente, reflexo fotomotor direto e consensual preservado. À biomicroscopia anterior visualizou-se córnea íntegra, pinguecula nasal, câmara anterior ampla, sem reação de câmara anterior, fácico com cristalino sem opacidades. O mapeamento de retina demonstrou hemorragia vítrea 4+/4+. A USG de globo ocular com ecos membranaceos de alta refletividade, sugerindo hemorragia vítrea ou vitreíte. Retina aplicada 360 graus. Foi proposto tratamento com vitrectomia e implante de óleo de silicone, realizado em 21/06/2021. Após a reabsorção da hemorragia, posteriormente a cirurgia, descastou-se possibilidade de corpo estranho intraocular e foi possível visualizar a lesão nasal ao disco óptico com fibrose, membrana epiretiniana perilesional e tração macular que sugeriu lesão por dissipação de calor por projétil de arma de fogo, conhecida como Retinopatia Esclopetária. No primeiro dia de pós-operatório o paciente referiu discreta melhora da AV sendo visão 0,3 . Porém após 60 dias de pós-operatório, apresentava estabilização com AV de 0,6 e pressão intra-ocular de 10 mmhg.
Conclusão
Diante disso, um paciente atingido por um projétil de arma de fogo ou outro corpo estranho em alta velocidade, acometendo a órbita, o oftalmologista deve estar atento para este possível diagnóstico. O caso relatado teve boa evolução com preservação da anatomia ocular e acuidade visual final. O paciente segue em acompanhamento com controle da pressão intra-ocular com drogas hipotensoras após implante de óleo de silicone.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801