Título

CORREÇAO CIRURGICA DE ESTRABISMO EM PACIENTE COM SINDROME DE DUANE TIPO II: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar avaliação e tratamento de paciente com Síndrome de Duane, atendida no Serviço de Oftalmologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre/RS.

Relato do Caso

Paciente feminina, 14 anos, com história de desvio ocular desde a primeira infância. Ao exame, apresentava acuidade visual de 20/20 com correção em ambos os olhos, exames de pressão intraocular, biomicroscópico e fundoscopia normais. À inspeção, apresentava exotropia em olho esquerdo (OE) de 25DP (prisma e cover test) e nas versões apresentava hipofunção de abdução (-3 OE) e enoftalmia à adução, com upshoot e downshoot moderados. Com o intuito de corrigir o desvio horizontal e os upshoots, bem como a co-contração, foi realizada cirurgia de recuo de 7mm de reto lateral em olho direito (OD), recuo de 7mm e divisão em Y do reto lateral de OE (imagem). No pós operatório de 2 meses, apresentava ótimo aspecto, sem upshoot e com pequena exotropia residual em OE de 6DP.

Conclusão

A Síndrome de Retração de Duane resulta de neurônios motores abducentes ausentes ou displásicos. Como consequência, o músculo reto lateral apresenta inervações aberrantes pelo nervo oculomotor. Representa até 4% de todos os casos de estrabismo, sendo o tipo II o mais raro. O tratamento para a correção do estrabismo na síndrome de Duane geralmente compreende recuo muscular unilateral ou transposição dos retos verticais. Especialmente, o recuo do músculo reto lateral com divisão em Y é um procedimento eficaz no tratamento de upshoot e downshoot na Síndrome de Duane. Quando combinado com simultâneo recuo do músculo reto lateral, pode corrigir a retração e desvio ocular. Em nosso relato de caso, portanto, a paciente preenchia os critérios diagnósticos para Síndrome de Duane tipo II. Realizou cirurgia com finalidade estética, pois não apresentava queixas visuais significativas, como diplopia, anisometropia ou ambliopia, com resultado satisfatório.