Código
RC172
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de Mato Grosso
Autores
- MARILIA DE CASTRO OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIE ANNE NASCIMENTO PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIANA PEREIRA LEITE DIAS GUMIERO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
LIPOSSARCOMA ORBITAL – DIAGNOSTICO E CONDUTA FRENTE A APRESENTAÇAO ISOLADA.
Objetivo
Os lipossarcomas são tumores malignos do tecido adiposo, que raramente se apresentam na órbita, correspondendo a menos de 1% das biópsias nessa região. Considerando que a exenteração geralmente é o tratamento de escolha, este relato tem como objetivo descrever um caso de biópsia excisional de lipossarcoma mixóide orbital primário com a preservação do globo ocular.
Relato do Caso
Paciente de 53 anos, sexo masculino, indígena, com histórico de lesão expansiva na órbita esquerda há cerca de 10 anos, compareceu no setor de urgência oftalmológica do Hospital Municipal de Cuiabá, com queixa álgica intensa há cerca de 10 dias. Negou comorbidades ou traumas relacionados. Ao exame físico (figura 1) observou-se proptose severa, quemose 4+, restrição da motilidade ocular e comprometimento visual importante (acuidade visual de conta dedos a 10 cm). A ressonância magnética de órbitas evidenciou lesão retrobulbar com hipersinal, ovalada e bem delimitada, com volume estimado de 46,0 cm3, estendendo-se do espaço intraconal para extraconal (figura 2). O tratamento consistiu em abordagem conjunta pela Oftalmologia e Cirurgia Bucomaxilofacial, através de orbitotomia lateral e acesso transconjuntival inferior que permitiram a ressecção da massa em bloco (figura 2). O exame histopatológico diagnosticou lipossarcoma mixóide. Posteriormente, foi encaminhado para o oncologista que fez a investigação sistêmica e optou por não realizar terapias adjuvantes. O paciente evoluiu no pós-operatório com AV de 20/25 OE, sem sinais de recidiva até o presente momento (02 anos de seguimento).
Conclusão
O lipossarcoma orbital é um tumor raro, infiltrativo, sendo a excisão cirúrgica ampla o tratamento de escolha. Comumente, os pacientes são contrários à exenteração. Esse relato nos mostra que a cirurgia conservadora é possível, contribuindo significativamente com a manutenção da qualidade de vida e a auto-estima dos pacientes. No entanto, não se deve esquecer, que o acompanhamento clínico rigoroso faz-se necessário devido à alta taxa de recorrência.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801