Código
RC223
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: H. Olhos São Gonçalo
Autores
- INAE SAMPAIO OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- João Victor Bezerra Massa (Interesse Comercial: NÃO)
- Eduardo Novais (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EFEITOS ADVERSOS NA RETINA APOS VACINAÇAO PARA COVID-19 – RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar o caso de um paciente, sem queixas oculares ou sistêmicas anteriores, com quadro de baixa acuidade visual secundário à retinopatia aguda após imunização para COVID-19 com 1ª dose da vacina AstraZeneca.
Relato do Caso
Homem, 55 anos, com histórico de hospitalização por COVID-19 em outubro de 2020 e vacinação com 1ª dose da vacina AstraZeneca em julho de 2021, apresentou redução da acuidade visual, com melhor acuidade visual corrigida (MAVC) no olho direito (OD): conta dedos a 1m e no olho esquerdo (OE): 20/30, discromatopsia e defeito pupilar aferente relativo leve, mais evidentes em OD. Realizados avaliação clinica, retinografia, Red-free e Autofluorescencia sem alterações importantes em ambos os olhos. A tomografia de coerência óptica (OCT) do OD evidenciou atenuação, com perda da linha elipsoide, assim como a OCT do OE que apresentava alterações semelhantes, porém atrofia maior da retina externa presente apenas em OD. Os exames laboratoriais infecciosos e análise genética para distrofias maculares tiveram todos resultados negativos, sendo iniciado, o uso de metilprednisolona intravenosa e corticoide oral. Evoluiu com MAVC OD: 20/250 OE: 20/25. No entanto, após término do tratamento com corticoide, cerca de 3 meses após início do quadro, mantinha MAVC OD 20/200, e evoluiu com piora OE (MAVC OE 20/125). A OCT OE apresentava atenuação da zona elipsoide mais proeminente. O paciente foi referenciado ao neuroftalmologista, que realizou eletrofisiologia ocular, demonstrando comprometimento de via maculo-occipital, com achados simétricos em ambos os olhos. Paciente manteve MAVC: OD: 20/200 | OE: 20/125 e foi encaminhado para especialista em visão subnormal. Dentre os diagnósticos diferenciais questiona-se: neurorretinopatia macular aguda, maculopatia/neuropatia relacionada à vacina, retinopatia/neuropatia autoimune e maculopatia idiopática aguda unilateral.
Conclusão
Esse relato visa contribuir com a crescente literatura acerca dos possíveis efeitos adversos da vacina sobre a retina e com discussões acerca do risco-benefício das imunizações.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801