Código
P13
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa De Santos
- Secundaria: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Autores
- LUCAS BRANDAO DAMASCENO GOES (Interesse Comercial: NÃO)
- EDUARDO ALONSO GARCIA (Interesse Comercial: NÃO)
- TIAGO REZENDE SAVIAN (Interesse Comercial: NÃO)
- SAULO YUDI SAKASHITA (Interesse Comercial: NÃO)
- BEATRIZ QUEIROGA VICTOR (Interesse Comercial: NÃO)
- CAROLINA BRITO de ALMEIDA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ULCERA DE CORNEA BILATERAL FUNGICA: UM DIAGNOSTICO RARO
Objetivo
Relatar um caso raro de úlcera de córnea fúngica bilateral
Método
Relato de caso e revisão da literatura dos últimos 5 anos com enfoque em úlcera de córnea fúngica e seu manejo oftalmológico
Resultado
Paciente, sexo feminino, 27 anos de idade com historia de trauma ocular com travesseiro em ambos os olhos (AO) há 15 dias fez uso de moxifloxacino colirio, cefalexina e aciclovir previamente sem melhora. Ao exame físico a acuidade era de conta dedos 1 metro em AO; na biomicroscopia de AO havia presença de hiperemia conjuntival 3+, edema de córnea 3+, úlcera de córnea central medindo 6x6mm com bordas hifadas e toda sua área corando pela fluoresceína com infiltrado inflamatório até estroma posterior. Iniciado colírios fortificados de vancomicina, ceftazidima e anfotericina, além de cetoconazol via oral - posteriormente substituído por fluconazol via oral devido aos efeitos colaterais - com melhora parcial, após 3 dias iniciou-se colírio de natamicina com redução dos colírios fortificados. Sorologias e culturas negativas. Realizada microscopia confocal de AO com resultado de: ” Ausência de acanthamoeba, nota-se a presença de estruturas filamentares sugestivas de infecção micótica em AO". Paciente evoluiu nos próximos 2 meses com melhora da lesão epitelial e regressão parcial da lesão estromal chegando a acuidade visual de 20/100 e contra dedos 2 metros, inscrita no banco de olhos e em programação de transplante de córnea
Conclusão
O manejo das úlceras fúngicas apresenta desafios significativos para o médico oftalmologista, desde o diagnóstico até a escolha do medicamento e da via de administração dos antifúngicos. A natamicina é geralmente a primeira escolha de droga para as lesões fúngicas filamentosas. O papel dos antifúngicos sistêmicos não é consistentemente comprovado. Casos muito raros como o apresentado instigam ainda mais a necessidade de estudos clínicos randomizados para melhor manejo das úlceras fúngicas e aumento da acessibilidade de exames diagnósticos, como a microscopia confocal.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801