Código
RC037
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Autores
- ANDRE LUCA BOEIRA ROVANI (Interesse Comercial: NÃO)
- AMNA CASARIN ABDALLA (Interesse Comercial: NÃO)
- DOUGLAS DE CAMPES AQUINO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MANEJO DE INJEÇAO INTRAESTROMAL DE AZUL DE TRYPAN: RELATO DE CASO
Objetivo
Expor o manejo adotado para uma complicação em paciente submetido à facectomia extracapsular. Existem poucos relatos na literatura expondo casos semelhantes.
Relato do Caso
Paciente masculino, 75 anos, portador de vitiligo. Ao exame oftalmológico, em olho esquerdo apresentava acuidade visual de “conta dedos a 10 centímetros” e catarata total branca. Optou-se pela realização de facectomia extracapsular. No intra-operatório, durante a injeção intracameral de Azul de Trypan, ocorreu a injeção do corante no estroma corneano (Figura 1, imagem à esquerda). Devido à visualização prejudicada da câmera anterior, optou-se por suspender a cirurgia. No 1º dia pós-operatório (Figura 1, imagens central e à direita), apresentou acuidade visual de “movimentos de mão”. Ao exame, observou-se endotélio e estroma corneanos corados de azul, além de dobras de descemet. Foi instituído tratamento com os seguintes colírios: dexametasona 0,1% a cada 1 hora, ciprofloxacino a cada 2 horas, cloreto de sódio 5% 5 vezes ao dia. No 5º dia pós-operatório (Figura 2, imagem à esquerda), observou-se o endotélio e estroma corneanos corados de azul, porém com melhora importante em relação à avaliação anterior. O tratamento foi modificado: dexametasona a cada 3 horas, ciprofloxacino a cada 4 horas e cloreto de sódio 5 vezes ao dia. No 12º dia pós-operatório (Figura 2, imagem à direita), observou-se córnea clara, com reabsorção total do corante. Foram suspensos os colírios de ciprofloxacino e cloreto de sódio, e iniciada redução gradual da dexametasona, até a suspensão. A facectomia foi realizada sem intercorrências 3 meses após o caso.
Conclusão
O azul de Trypan quando injetado na córnea pode causar ceratopatia tóxica. O caso pode ser tratado com colírios de corticosteroide e cloreto de sódio, resultando em completa reversão do quadro sem causar danos oculares permanentes.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801