Código
RC149
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Autores
- BIANCA BARRETO DE SANTANA (Interesse Comercial: NÃO)
- Daniel Tenório Camêlo Soares (Interesse Comercial: NÃO)
- Mariluze Maria Souza Sardinha (Interesse Comercial: NÃO)
Título
VARIANTE DE CELULAS CLARAS DE CARCINOMA ESPINOCELULAR PRIMARIO EM ORBITA, UM CASO RARO
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de carcinoma espinocelular primário da órbita, variante de células claras, em um centro de referência no estado da Bahia
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 49 anos, com perda progressiva da acuidade visual em olho esquerdo, associada a dor, edema e proptose há cerca de 06 meses. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual corrigida no olho direito (OD) de 0.9 e no olho esquerdo (OE) de MM. Todo exame de OD sem alterações. Em OE: Reflexo fotomotor reduzido; Ishihara 0/7, exoftalmometria de 26mm; Biomicroscopia anterior com ceratite discreta; Funcoscopia com presença de edema de papila com vasos tortuosos. O exame de ressonância magnética de órbitas revelou lesão expansiva infiltrativa em região retrobulbar esquerda, envolvendo espaço intraconal, musculatura ocular extrínseca e nervo óptico. O paciente foi submetido a uma biopsia incisional da lesão em cavidade orbitária cujo diagnóstico inicial foi de carcinoma sebáceo (CS) moderadamente diferenciado. Porém, foi solicitada revisão de lâmina devido à localização restrita da tumoração na cavidade orbitária e ausência de lesões palpebrais, conjuntivais ou de carúncula. A revisão de lâmina evidenciou carcinoma espinocelular (CEC) não ceratinizante, confirmado em estudo imunohistoquimico com a variante de células claras. Após investigação oncológica e PET-CT, nenhum outro sítio foi encontrado como origem do tumor.
Conclusão
CEC primário da órbita é muito raro, uma vez que não existe epitélio escamoso nativo na órbita, com menos de 15 casos descritos, e ainda mais raro a variante de células claras, sendo esse o primeiro caso descrito. É valido ressaltar a importância do diagnóstico diferencial de CEC de células claras e CS através de estudo imunohistoquímico, uma vez que, histomorfologicamente o aspecto é semelhante. Para estabelecer melhor o prognóstico, sendo CS mais reservado, com altas taxas de metástases. E direcionar o melhor tratamento com cirurgia associada ou não a quimioterapia ou radioterapia.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801