Código
RC137
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Autores
- ALICE CARVALHO GOUVEIA DE ALMEIDA (Interesse Comercial: NÃO)
- Amanda Alexia Matheus Pires Almeida (Interesse Comercial: NÃO)
- Silvana Artioli Schellini (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HEMANGIOMA CAVERNOSO PALPEBRAL
Objetivo
O hemangioma cavernoso (HC) é uma malformação venosa cavernosa, sendo o tumor orbitário benigno mais comum do adulto, com predileção por mulheres de meia idade.1,2 Apesar de estar preferencialmente localizado no espaço intra-conal, causando o quadro típico de proptose progressiva, existem casos raros de acometimento da pálpebra, conjuntiva ou glândula lacrimal.3-8 A raridade motivou o relato do presente caso.
Relato do Caso
Paciente feminina, 70 anos, apresentou tumoração na pálpebra superior direita (PSD) de aumento progressivo e indolor ao longo de 4 anos, sem história de inflamação ou trauma palpebral prévios. Ao exame, observou-se massa subcutânea única, bem delimitada, móvel, de consistência fibroelástica, localizada na região nasal da PSD, causando ptose palpebral mecânica (Fig.1A). Não havia lesões cutâneas associadas. Acuidade visual e motilidade ocular preservadas. Tomografia computadorizada (TC) de órbitas evidenciou massa extraconal encapsulada, bem delimitada (Fig.1B). Foi realizada biópsia excisional da lesão, preservando sua cápsula (Fig.1CD). Os achados histopatológicos evidenciaram uma proliferação não lobular de numerosos vasos dilatados, sugestivo de hemangioma cavernoso (Fig.2B). O quadro de ptose palpebral foi resolvido e com 6 meses de acompanhamento, não há sinais de recidiva.
Conclusão
Nossa paciente apresentou lesão na região medial da pálpebra superior, sem nenhum outro sinal. O envolvimento da região súpero-nasal é o mais comum dentre os casos de HC atípicos,3-5 mas a pálpebra inferior e o terço lateral também podem ser acometidos.6-8 A TC mostrou lesão encapsulada, de conteúdo homogêneo e captação variável do contraste, sem alterações ósseas, como é usual.1 O exame histopatológico é típico, mostrando o tumor composto por vasos e define o diagnóstico. Apesar de incomum em estruturas anteriores à órbita, o diagnóstico de HC deve ser considerado entre os diferenciais de tumores palpebrais subcutâneos, sendo a TC uma ferramenta auxiliar importante e o exame histopatológico imprescindível para o diagnóstico de certeza.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801